Elaboradas no contexto de grandes transformações no sistema de ensino francês e motivadas pelos movimentos que antecederam o Maio de 1968, as reflexões de Pierre Bourdieu (1930-2002) e Jean-Claude Passeron (1930-) desmontam o mito da escola republicana proclamada como instrumento de democratização e de promoção da mobilidade social. A partir de estudos empíricos sobre as atitudes de estudantes e professores universitários de Paris e da província, eles demonstram que a escola tem sobretudo como função legitimar e perpetuar as desigualdades diante da cultura metamorfoseando, por meio dos critérios de julgamento que emprega, os privilégios em méritos ou em “dons” pessoais.