Este livro debate o caráter familista e o aspecto regressivo que têm caracterizado o conjunto de ações desenvolvidas pelo Estado brasileiro, no contexto da política social a partir do final do século XX, em nome da focalização no combate à pobreza e à miséria, de forma a ferir a própria lógica dos direitos sociais forjada pela Constituição Federal de 1988. É fundamental demonstrar a impossibilidade de a família ser tomada como a primeira e principal instância responsável pela proteção social de seus membros numa sociedade estruturalmente desigual – desigualdade vinculada tanto à condição de classe quanto às de gênero e etnia.